Uma perspectiva sombria da sobrevivência urbana

Nossa postagem aqui é de um leitor com uma perspectiva realista, mas sombria, baseada na história. 

    

As leis fornecem o quadro estrutural que apoia o funcionamento cooperativo e construtivo dos grupos. Isto inclui pequenas famílias, clãs, sociedades complexas e nações. Numa sociedade organizada, esperamos que os outros, e nós próprios, nos comportemos dentro de certos limites sociais e culturais.

     Com o tempo, muitos americanos experimentaram uma dessensibilização e entorpecimento psicológico crescente. A televisão proporciona uma excelente ferramenta para condicionar uma população a tolerar níveis cada vez mais elevados de agressão, desordem social, paranóia, brutalidade e controlo governamental. As sensibilidades debatem-se sob um fluxo constante de ilusões geradas pela mídia. Quando é que os cidadãos deixaram de ficar indignados com a erosão gradual dos nossos direitos, liberdades e privacidade constitucionais? Quando é que a nossa sociedade passou a aceitar a aplicação da lei militarizada e a ameaça de aumentar o controlo de armas?

     O censo de 2010 determinou que a população dos EUA, antes dos recentes influxos em massa, era de 308 milhões, com 80% (250 milhões) a viver em áreas urbanas. Num evento em que a América transita para um caos desorganizado e sem lei, a maioria dos habitantes urbanos provavelmente morrerá.

     A localização geográfica de alguém pode ser assassina. A cidade de Nova York é um aglomerado de ilhas com 8,5 milhões de pessoas. Estas ilhas estão fisicamente ligadas entre si e ao continente por túneis, pontes e serviços de ferry. Phoenix tem menos residentes (2 milhões). Esta cidade é uma ilha cercada por um mar de deserto. Uma frágil rede de estradas, trilhos ferroviários e linhas de energia conecta-o aos recursos.

Se uma área urbana ficar isolada, os recursos serão rapidamente consumidos sem reposição. Quando a eletricidade para de fluir, a água para de fluir. Ervas daninhas crescendo nas rachaduras das calçadas e ratos nos esgotos não sustentarão muitas pessoas por um longo período de tempo.

     Durante um evento catastrófico, o êxodo em massa dos habitantes urbanos em evacuação pode ser combatido pelos habitantes rurais. Num ato de autodefesa coletiva, os habitantes rurais podem bloquear vias de saída e forçar as áreas urbanas a queimarem-se. 

 
     A vida urbana quotidiana exige que os residentes sejam mais tolerantes com intrusões e perda de espaço e direitos pessoais. Eles tendem a ser intrusivos e intolerantes à frustração ou à gratificação atrasada. A população rural tende a estilos de vida mais autossuficientes. O teste dos limites pessoais e sociais não é sofrido por muito tempo. Embora sejam tipicamente generosos uns com os outros, a maioria sentir-se-ia justificada na sua oposição a grandes influxos de parasitas despreparados.

     Inicialmente para diminuir o rebanho e aumentar os suprimentos reduzidos, os comedores não produtivos serão inicialmente despejados e depois passarão rapidamente para a eliminação para manter seus objetos de valor e evitar que sejam futuros inimigos. A dessensibilização psicológica induzida pelo estresse do evento nos permitirá matar aqueles que consideramos menos que humanos. O extermínio dos incapacitados e encarcerados cederá gradualmente à capacidade de matar aqueles que não teríamos considerado anteriormente. Os fantasmas do Partido Donner surgirão, mas o homem não pode viver apenas de carne.

     Já estamos cientes das semelhanças entre o governo e o crime organizado. Nos centros urbanos, os gangues e gangsters são reconhecidos como uma componente integrante do panorama empresarial. Após o evento, um vácuo de poder poderia se desenvolver em qualquer uma dessas entidades. Esses grupos serão desafiados ou acompanhados por pessoas com diversos objetivos. Eventualmente, os principais intervenientes no poder serão aqueles com mais recursos e mão-de-obra para fazer avançar a sua agenda e influenciar os resultados.

     A desvalorização do valor humano evoluiria voluntária e involuntariamente. Quando tudo o que resta é si mesmo, as pessoas priorizam a sobrevivência. Trocar sexo por comida, abrigo ou proteção é aproveitar ao máximo um recurso fácil, prontamente disponível e renovável. As crianças tornam-se um bem comercializável para obter rendimentos para os seus proprietários ou para protecção de outros membros da família. Crianças preparadas podem ser mantidas reféns para extorquir suprimentos de seu grupo. A utilização de carga humana pode incluir a participação involuntária numa variedade de atividades criminosas, operações militares ou trabalho forçado. Sacrificar a si mesmo, ou a outra pessoa, não é uma opção inédita para colocar comida na mesa (em mais de um aspecto). 

     Nasci e cresci nas ilhas de Nova York. Na época, morei 20 anos em áreas remotas ao longo da fronteira canadense do Maine. As diferenças entre os habitantes rurais e urbanos são variáveis ​​e muitas vezes pronunciadas. Os habitantes urbanos tendem a depender do sistema, esperando que o governo resolva os seus problemas, enquanto os habitantes rurais são mais autossuficientes e resolvem os seus próprios problemas. O espectro de comportamento irá alargar-se e apresentar-se com mais extremos durante uma crise prolongada.

     Minha intenção com este texto foi explorar como um indivíduo “preparado” poderia sobreviver em um ambiente urbano após um evento que levasse ao colapso social. Cheguei a uma conclusão nada favorável. A sobrevivência urbana prolongada será difícil, se não impossível, sem sair cedo para uma retirada abastecida.  Mesmo ter um bom estoque de alimentos só pode resultar em ser atropelado por uma gangue ou confiscado pelo governo da área.

     No ambiente pós-evento sem Estado de Direito, não será a “sobrevivência do mais apto”, mas sim o “último homem sobrevivente”. As probabilidades são de que a maioria das pessoas morrerá, algumas sobreviverão, mas ninguém terá qualquer qualidade de “vida”.

     Para sobreviver a uma catástrofe cosmopolita é preciso manter a consciência situacional. Mantenha os ouvidos atentos para detectar rumores de perigo iminente, dissidência ou desastre. Mantenha limites predefinidos e trace sua “linha na areia”. Quando esses parâmetros forem violados ou excedidos, faça a sua jogada. A paralisia neste ponto crítico irá sufocar o impulso assertivo e construtivo. Você tem que sair e pegar nosso ANTECIPADO. 

     De uma forma ou de outra, os Rurais estarão à sua espera. Certifique-se de não sair de mãos vazias, porque pode levar muito tempo (ou nunca) até que você possa voltar.   Sem um retiro abastecido, você pode não ter para onde ir

Em resumo, sua melhor aposta é chegar cedo ao seu retiro secreto e bem abastecido. 

Esperamos que você tenha encontrado algumas informações interessantes e úteis neste artigo. Você tem alguma outra ideia de preparação para iniciantes? Ou você usou alguma das informações deste artigo para iniciar sua própria jornada de preparação? Deixe-nos saber nos comentários abaixo.

Texto traduzido e adaptado do site: Prepper Handbook.